É parte da função do Endocrinologista, Nutricionista, Nutrólogo e outros profissionais de educação em saúde desconstruir mitos pregados por "Gurus mal formados, desinformados ou mal intencionados. Por exemplo: Em pleno século 21 ainda atendo clientes acreditando que o seu ganho de peso deve-se ao fato de “não comer de 3/3horas” e que certamente recomendarei tomar esta conduta, pois viram no Google que isso reduz a fome na refeição seguinte e protege contra a queda no metabolismo, porém não há base ou comprovação científica, pelo contrário, favorece um maior consumo calórico em lanches ditos "saudáveis". Em contrapartida outros que sugerem o famoso "jejum intermitente", usam argumentos nada originais: menor fome e aumento do gasto energético por induzir a cetose. Resultados positivos temporários são fruto da redução do montante calórico e a indução de cetose só ocorre com muito mais tempo de jejum (36 a 72h) e assim que houver o consumo do mínimo "Nível Crítico de Carboidratos-NCC" o processo é quebrado e ocorre um super aproveitamento calórico da dieta. Comemos social e culturalmente, portanto as dietas duradouras ou perenes devem respeitar esta realidade. O Emagrecimento ocorre sempre por balanço negativo entre ingesta e gasto calórico, ou privação absoluta (ou quase) de carboidratos, impossível manter por anos consecutivos...
A baixa ingesta calórica pode ser feita com jejum intermitente se for de sua preferência ou com múltiplas refeições pequenas ou de outra maneira, como três refeições ao dia. Devemos encontrar nosso modo pessoal de sentir menos fome no decorrer do dia (Lembrar sempre que o corpo pede mais comida para compensar o peso perdido...). Dietas muito restritivas ou contra intuitivas não vão muito longe. A perda de peso sustentada melhora a saúde e qualidade de vida, só alcançamos essa regularidade e continuidade com planos alimentares que permitam refeições com a família e compatíveis com o horário de almoço no período de trabalho. O controle da obesidade é difícil mas possível, sua cura, infelizmente não... pelo menos por ora.
Ref:
1) Kant. Evidence for efficacy and effectiveness of chances in eating frequency for BW management. Adv Nutr 2014.
